
Cavernas no Brasil
PARQUE ESTADUAL E TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA
CAVERNAS DO PETAR
Há milênios as cavernas encantam o homem. No início dos tempos as cavernas eram usadas como abrigo, nelas foram deixadas restos de fogueiras, de alimentos, ossos e pinturas que nos permitem conhecer a vida e os hábitos dos nossos ancestrais.
Sejam em pinturas rupestres, animais exóticos, depósitos minerais ou acidentes geológicos, os ambientes cavernícolas preservaram momentos de nossa história, neles criou-se um novo mundo a ser descoberto.
Frágeis e fascinantes, as cavernas atraem pessoas pelos mais diversos motivos, sejam eles científicos ou religiosos, por curiosidade ou aventura, as cavernas propiciam o mais intenso contato com a natureza. Mais do que caminhar sobre o chão estamos dentro da terra, envolvidos por rochas, cercados de escuridão e silêncio.
Nelas o tempo parece congelado. Suas formas intrigantes e belas, iluminadas por nossas luzes fazem nossa imaginação pequena. Vendo pequenas gotas caírem do teto ou escorrerem pelas paredes, podemos imaginar como tudo começou há milhares de anos.
As vezes a calma e o silêncio dão lugar a galerias barulhentas, com seus rios e corredeiras a castigar a rocha, cachoeiras, abismos, desmoronamentos, tudo é singular nas cavernas.
Podem ser grandes entradas ou pequenas fendas na montanha, as cavernas atraem pela beleza, aventura e principalmente pelo desconhecido. Não sabemos o que vamos encontrar, estamos caminhando sem pegadas à frente, o teto se abaixa, o rio se estreita, logo abre-se um grande salão, mais um abismo, uma pequena passagem entre blocos, ninguém sabe aonde vai chegar.
Com as luzes apagadas, deitados sobre uma pedra a escutar as gotas caírem sobre o chão, nos entregamos às mais sinceras emoções. O rio que antes corria longe parece agora percorrer nossas entranhas e sair encachoeirado por nossas lágrimas, seguindo seu curso por entre as pedras que nos abraçam e se fundem a nós.
As coisas são simples, todos são iguais e compartilham do mesmo ambiente e emoções, nas cavernas podemos por uns instantes saber o que significa viver intensamente e principalmente reconhecer o sentido da palavra liberdade.
Com uma forma física razoável, curiosidade, um capacete e uma lanterna pode-se começar a descobrir os mistérios do mundo subterrâneo, e quem sabe ser contaminado pelo vírus espeleológico, do qual ninguém se recupera.
Mais do que técnica, vale a coragem, a tenacidade e a curiosidade para ultrapassar os obstáculos encontrados, mais do que vencer é preciso respeitar e conhecer os segredos das cavernas e os próprios limites.
Formação das cavernas
As maiores e mais belas cavernas são formadas em rochas solúveis, especialmente as carbonáticas como os calcários, formados principalmente de carbonato de cálcio (CaCO3). Os calcários são rochas sedimentares que se depositaram nos fundos dos mares há mais de 500 milhões de anos, num processo lento foram depositados em camadas separadas por planos de acamamento e em graus diferentes de pureza e as vezes intercalados com argila.
Existem cavernas em outros tipos de rochas como quartzitos, arenitos e granitos, mas que não são tão atraentes quanto as calcárias. As rochas sofreram a ação de altas pressões e temperaturas e se recristalizaram em calcário metamórfico, movimentos tectônicos as fizeram emergir do fundo dos mares e se tornar montanhas e erosões e corrosões modelaram o relevo.
Quando um rio penetra na terra denomina-se sumidouro e quando surge dela, denomina-se ressurgência. As dolinas são depressões, mais ou menos circulares mais largas que profundas, na superfície, ocasionadas geralmente por pontos de maior captação de água ou pelo desmoronamento do teto de uma caverna.
O relevo caracterizado principalmente por drenagem subterrânea, cavernas, sumidouros e ressurgências, vales, cannyons, dolinas e lapiás recebe o nome de carste. Na maioria das vezes o calcário é recoberto por uma vegetação exuberante, como no Vale do Ribeira em São Paulo e se evidencia por afloramentos da rocha, na forma de lapiás, que são rochas calcárias que sofreram corrosão por parte das águas, exibindo formas reentrantes e furos de todo tipo.
As cavernas se originam, basicamente, da ação e circulação da água sobre as rochas, através de reações químicas de corrosão e da erosão. As águas das chuvas absorvem gás carbônico da atmosfera e principalmente do solo tornando-se ácidas (ácido carbônico H2CO3). Essas águas penetram pelas fendas e fraturas das rochas dissolvendo-a, abrindo condutos e galerias. Esses processos são naturalmente muito lentos, a água vai obedecendo a lei da gravidade, percorrendo milímetros em séculos.
Em regiões tropicais como no Brasil é ainda mais intenso o processo de formação de cavernas, os ácidos encontrados no solo têm um papel muito importante nesse processo, aliado às constantes chuvas que inundam os vales e montanhas. Milênios depois esses condutos alargados permitem a passagem de mais água tornando o processo mais acelerado.
Ai a erosão começa a aparecer, mais tarde as galerias começam a ser preenchidas também por ar, o rio toma a aparência de um rio do exterior, intensificando o processo de erosão. É neste momento que começam os depósitos de minerais, os espeleotemas, como as estalactites e estalagmites.
O contínuo alargamento das galerias pode ocasionar desmoronamentos das paredes e tetos, processo conhecido como invasão, aumentando os espaços internos. Pode haver um rebaixamento do nível dos rios, desenvolvendo diferentes níveis na caverna.
No PETAR as cavernas são classificadas, basicamente, em grutas, predominantemente horizontais e abismos, predominantemente verticais. Elas apresentam, normalmente, os mais variados tipos de acidentes, como tetos baixos, galerias altas, trechos alagados, desmoronamentos, salões amplos etc.
Num determinado momento os rios podem deixar de correr por certas galerias ou cavernas, os espeleotemas tomam todo ou quase todo o espaço interno da caverna, ou elas são preenchidas por sedimentos, a caverna entra então na sua fase final de existência, pelo menos até a que a água volte a correr por suas galerias retomando o processo que tende a arrasar toda a rocha calcária.
Fonte: www.cavernas.com.br
Cavernas no Brasil
Cavernas Brasileiras - Patrimônio Nacional
Conduto da Gruta Curral de Pedra
Região metropolitana de Belo Horizonte - MG
Espeleologia é a ciência que tem a finalidade de localizar, explorar, observar e interpretar as cavernas, bem como analisar seu processo de formação, seu ambiente e o meio em que se inserem. Originária do grego "spelaion" (cavernas) e "logos" (estudo), a espeleologia objetiva o uso sustentável do ambiente cavernicola por intermédio de mecanismos que efetivamente contribuam para a sua conservação.
Nas cavidades naturais subterrâneas, importantes informações estão sendo guardadas e conservadas e, uma vez estudadas, auxiliarão a interpretar e compreender toda a história da Terra. Isto somente é possível uma vez que a temperatura e a umidade encontram-se praticamente constantes durante longos períodos. Estando protegido da luz solar e das chuvas, o ambiente cavernicola possibilita condições extremamente favoráveis à manutenção de informações do ambiente externo.
Como constatação deste fato, pesquisas científicas freqüentemente nos mostram que este ambiente conserva como poucos as ossadas de animais extintos e pólens de antigos vegetais, dando origem ao desenvolvimento da ciência paleontológica - ciência que estuda animais e vegetais fósseis - além de possibilitar a identificação dos homens pré-históricos que um dia habitaram suas entradas e deixaram importantes testemunhos de seus usos e costumes dentro das cavernas. Com a evolução dos estudos do modo de vida do homem pré-histórico e de suas relações com o meio circundante, desenvolveu-se a Arqueologia - ciência que estuda a vida e a cultura dos povos antigos por meio de escavações ou de documentos, monumentos, objetos etc, ali encontrados. As cavernas constituem-se, neste sentido, em importantes sítios arqueológicos onde estão preservados artefatos ósseos e líticos, material cerâmico, pinturas rupestres e diversos vestígios da ocupação humana no passado, como nível de fogueira, restos de alimentação, utensílios etc.
Os depósitos de origem química conhecidos como espeleotemas (formações no interior de cavernas que despertam grande interesse e admiração por parte das pessoas que as visitam tais como estalactites, estalagmites, cortinas, travertinos etc) -além de apresentarem uma extraordinária beleza cênica, possibilitam, mediante estudos científicos, identificar variações paleoclimáticas e estabelecer datações, sendo ainda fundamentais para estudos mineralógicos, físicos e químicos.
O IBAMA, como órgão responsável no trato da questão espeleológica brasileira, consciente de seu papel institucional, atribuído em função do Decreto n2 99.556, de 1ro de outubro de 1990 e pela Portaria nro 887, de 15 de junho de 1990, vem procurando estabelecer medidas que possibilitem a utilização e o fortalecimento dos recursos disponíveis (institucionais, humanos e financeiros), bem como a adoção de linhas de ação prioritárias que permitam minimizar o impacto ambiental nos ecossistemas cavernícolas brasileiros e a realização de estudos e pesquisas para a identificação e caracterização do patrimônio espeleológico existente, visando promover a curto, médio e longo prazos a formação de recursos humanos, planejamento adequado e manejos compatíveis a cada realidade, a níveis local e regional, que resultem em sua efetiva proteção e adequado uso socioeconômico.
Com a execução do Programa de Proteção ao Patrimônio Espeleológico Brasileiro, o IBAMA espera que a sociedade considere as cavidades naturais subterrâneas muito mais que simples condutos existentes dentro da rocha, mas todo um ecossistema, frágil e delicado, que se inter-relaciona em total dependência com o meio externo, merecendo, por sua alta capacidade de concentração de diferentes recursos naturais e seu alto potencial no que se refere ao desenvolvimento científico do homem, especial atenção e proteção.
Fonte: www.vivabrazil.comEGIÃO SUDESTE
Pórtico de entrada da Gruta Casa de Pedra - PETAR - SP (R. Hardt)
Destacam-se basicamente os estados de Minas Gerais e São Paulo, ambos reunindo a maior e mais importante concentração de cavernas da região. Na região central de Minas, próxima a Belo Horizonte, o referencial é a Gruta do Maquiné (MG-243), não só por ser a primeira gruta iluminada do Brasil, mas também pelas importantíssimas pesquisas paleontológicas desenvolvidas pelo cientista Peter Wilhelm Lund em meados do século passado.
No município de Mariana, a 120 km de Belo Horizonte, novas explorações na Gruta do Centenário, conhecida desde o início do século, fizeram desta a segunda mais profunda caverna do Brasil, com 481 metros de desnível.
Mas é no noroeste de Minas, à margem esquerda do Rio São Francisco, no canyon rasgado pelo rio Peruaçu, que se encontra o mais fantástico conjunto de cavernas e sítios arqueológicos do Brasil.
Gruta do Janelão onde se vê o Rio Peruaçu
Januária/Itacarambí - MG (C. Faraco)
É uma espetacular sucessão de arcos, torres, pontes naturais, paredões e centenas de cavernas que tem na Gruta do Janelão (MG-199) o seu ponto máximo: seus descomunais espaços vazios, suas impressionantes dolinas que a tornam iluminada naturalmente por alguns quilômetros e seus espeleotemas uns delicados, outros gigantescos como a maior estalactite do mundo (28 metros!), fazem dela uma caverna única e inesquecível.
Ao sul do estado de São Paulo está o PETAR (Parque Estadual e Turístico do Alto Ribeira), com mais de 200 cavernas entre as quais destacam-se a de Sant'Anna (SP-041, com o salão Taqueupa, classificado entre os mais belos e ornamentados do mundo), Morro Preto (SP-021), Casa de Pedra (SP-009), com o maior pórtico do mundo (230 metros), Ouro Grosso (SP-054), Água Suja (SP-025) e outras
REGIÃO NORDESTE
Toca da Boa Vista, maior caverna do hemisfério sul
Campo Formoso - BA (R. Souza)
Nesta região, sem dúvida o estado da Bahia vem ganhando destaque por seu imenso e ainda inexplorado potencial espeleológico e também por suas gigantescas cavernas recentemente descobertas. Entre elas, a mais importante é a Toca da Boa Vista (BA-082), atualmente com 92.100 m topografados que a colocam como a maior caverna do Hemisfério Sul e a 13ª do mundo. Outras: Bom Jesus da Lapa (BA-046), às margens do rio São Francisco e famosa por suas grutas-santuário; Brejões (BA- 001), imenso portal de 110 metros e grandiosas galerias; Gruta do Padre (BA-052), a terceira maior do Brasil onde, em 1987, foi realizado um experimento de permanência subterrânea.
Também merece referência a Chapada Diamantina, uma área de 87 mil km2 no coração da Bahia, agora transformada em Parque Nacional, reunindo uma magnífica paisagem de montanhas, cachoeiras, canyons, grutas, penhascos, torres e vales. No Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara é um dos mais importantes sítios arqueológicos da América, local onde foi encontrado vestígios de presença humana com mais de 50 mil anos de idade.
Escavações Arqueológicas no Sítio do Meio - São Raimundo Nonato - PI (E. Magalhães)
No estado vizinho, o Ceará, a Gruta de Ubajara (CE-001) é a maior atração numa região montanhosa recoberta de densas matas tropicais, rios e cascatas.
REGIÃO CENTRO-OESTE
Gruta do Lago Azul - Bonito - MS (C. Faraco)
No Mato Grosso do Sul, a principal referência é o município de Bonito encravado na Serra da Bodoquena no limite sul do Pantanal, com a impressionante Gruta do
Gruta do Lago Azul - Bonito - MS (C. Faraco)
Lago Azul (MS-002), cujo nome provém de um profundo lago de águas azuis-turquesa que proporcionam um espetáculo incomparável.
No Mato Grosso, encontramos as cavernas da Chapada dos Guimarães, em rocha arenítica /quartzítica, de beleza singular graças aos lagos existentes em seus interiores e também por serem palco da manifestação da arte pré-histórica do Brasil.
No nordeste de Goiás, a 457 km de Brasília, palco de dezenas de expedições nacionais e outras em conjunto com a França, encontra-se o principal conjunto cárstico de toda a região Centro-Oeste, com grutas enormes rasgadas por rios caudalosos, onde ainda há muita caverna a ser descoberta e explorada.
REGIÃO NORTE
A região é uma nova fronteira para a espeleologia com destaque para o Estado do Pará, principalmente na Serra dos Carjá e Serra das Andorinhas, além do Estado do Amazônas com as cavernas turísticas de Presidente Figueiredo e o Abismo Guy Collet (AM-003), em Barcelos, a mais profunda caverna do emisfério Sul e a mais profunda do mundo em quartizito, com 670 metros de desnível.
REGIÃO SUL
Entre os três estados sulinos, o Paraná se destaca pela presença de duas centenas de cavernas, entre as quais a principal é a Gruta da Lancinhas (PR-006). Também merecem referência as Grutas de Bacaetava, do Varzeão e o conjunto Jesuítas/Fadas, no Parque Estadual de Campinhos e as Cavernas de Botuverá em Santa Catarina.
As maiores cavernas no Brasil
Nome | Localidade | Tamanho (m) * | |
1- | Toca da Boa Vista | Campo Formoso / BA | 107000 |
2- | Toca da Barriguda | Campo Formoso / BA | 33000 |
3- | Gruta do Padre | Santana/Santa Maria Vitória / BA | 16400 |
4- | Boqueirão | Carinhanha / BA | 15170 |
5- | Ressurgência Angélica / Bezerra | São Domingos / GO | 14100 |
6- | Lapa do Angélica | São Domingos / GO | 14100 |
7- | Gruna da Água Clara | Carinhanha / BA | 13880 |
8- | Lapa do São Mateus III | São Domingos / GO | 10828 |
9- | Lapa de São Vicente I | São Domingos / GO | 10130 |
10- | Lapa Doce II | Iraquara / BA | 9700 |
11- | Lapa Convento | Campo Formoso / BA | 9200 |
12- | Gruta Olhos D`água | Itacarambi / MG | 9100 |
13- | Lapa do Bezerra | São Domingos / GO | 8250 |
14- | Gruta da Torrinha | Iraquara / BA | 8210 |
15- | Lapa Sem Fim | Luislândia / MG | 7800 |
16- | Gruna do Enfurnado | Coribe / BA | 7560 |
17- | Lapa da Terra Ronca II - Malhada | São Domingos / GO | 7500 |
18- | Gruna da Tarimba | Mambaí / GO | 7305 |
19- | Lapa dos Peixes | Carinhanha / BA | 7020 |
20- | Lapa Doce I | Iraquara / BA | 6540 |
21- | Lapa dos Brejões I | Irece / Morro do Chapéu / BA | 6410 |
22- | Gruta da Tapagem | Eldorado / SP | 6237 |
23- | Gruta das Areias de Cima | Iporanga / SP | 5565 |
24- | Lapa do São Mateus II / Imbira | São Domingos / GO | 5300 |
25- | Caverna de Santana | Iporanga / SP | 5040 |
26- | Gruta Areado Grande III | Apiaí / SP | 5000 |
27- | Gruna da Lagoa do Meio | Coribe / BA | 5000 |
28- | Gruta Impossível | Palmeiras / BA | 4770 |
29- | Gruta do Janelão | Itacarambi / Januária / MG | 4740 |
30- | Buraco do Inferno da Lagoa do Cemitério | São Desidério / BA | 4710 |
31- | Lapa de São Vicente II | São Domingos / GO | 4670 |
32- | Gruta da Morena | Cordisburgo / MG | 4620 |
33- | Gruta do Rio Areia | Unaí / MG | 4610 |
34- | Lapa Nova | Vazante / MG | 4550 |
35- | Gruta do Ioio | Palmeiras / BA | 4150 |
36- | Caverna Gruta Jatobá | Iuiu / BA | 4128 |
37- | Gruna do Engrunado | Coribe / BA | 3980 |
38- | Gruta do Diva | Seabra / BA | 3900 |
39- | Gruta São Bernardo III | São Domingos / GO | 3800 |
40- | Gruta do Centenário | Mariana / MG | 3790 |
41- | Garganta do Bacupari | São Desidério / BA | 3790 |
42- | Gruta dos Paiva | Iporanga / SP | 3692 |
43- | Gruna do Boca | Coribe / BA | 3620 |
44- | Lapa do São Bernardo - Palmeiras | São Domingos / GO | 3500 |
45- | Gruta do Pé de Limão | Arinos / MG | 3429,5 |
46- | Gruta do Éden | Pains / MG | 3350 |
47- | Lapa Encantada | Montes Claros / MG | 3350 |
48- | Caverna Ouro Verde | Simolândia / GO | 3271 |
49- | Lapa da Mangabeira | Ituaçu / BA | 3230 |
50- | Gruta da Bocaina | Mariana / Catas Altas / MG | 3200 |
Os maiores desníveis no Brasil
Nome | Localidade | Desnível (m) | |
1- | Abismo Guy Collet | Barcelos / AM | 670 |
2- | Gruta do Centenário | Mariana / MG | 481 |
3- | Gruta da Bocaina | Mariana / Catas Altas / MG | 404 |
4- | Gruta Alaouf | Mariana / MG | 294 |
5- | Gruta Casa de Pedra | Iporanga / SP | 292 |
6- | Abismo do Juvenal | Iporanga / SP | 241 |
7- | Gruta Lagoa Misteriosa | Jardim / MS | 220 |
8- | Gruta da Água Suja | Iporanga / SP | 202 |
9- | Gruta Los Três Amigos | Iporanga / SP | 200 |
10- | Abismo do Jatobá | Iporanga / SP | 193 |
11- | Gruta do Ouro Grosso | Iporanga / SP | 192 |
12- | Gruta do Córrego Fundo | Iporanga / SP | 191 |
13- | Caverna Serra das Andorinhas | São Geraldo do Araguaia / PA | 180 |
14- | Gruta do Janelão | Itacarambi / Januária / MG | 176 |
15- | Gruta da Tapagem | Eldorado / SP | 175 |
16- | Caverna Ribeirãozinho III | Iporanga / SP | 174 |
17- | Abismo da Gurutuva | Iporanga / SP | 169 |
18- | Lapa da Terra Ronca II - Malhada | São Domingos / GO | 155 |
19- | Nascente da Ceita-Curê | Bonito / MS | 153 |
20- | Gruta da Pescaria | Apiaí / SP | 153 |
21- | Caverna do Dácio | Rosário Oeste / MT | 150 |
22- | Abismo Manduri | Iporanga / SP | 150 |
23- | Caverna da Onça I | Nobres / MT | 150 |
24- | Abismo Tobias | Iporanga / SP | 146 |
25- | Buraco das Andorinhas | Formosa / GO | 145 |
26- | Abismo da Lagoa Grande | Iporanga / SP | 142 |
27- | Abismo do Barranco Alto | Apiaí / SP | 140 |
28- | Lapa de São Vicente I | São Domingos / GO | 140 |
29- | Gruta Água D'olhos | Itacarambi / MG | 135 |
30- | Gruta do Pé de Limão | Arinos / MG | 133,4 |
Fonte: www.sbe.com.br
Cavernas no Brasil
Brasil abriga algumas das maiores e mais belas cavernas conhecidas em todo o mundo. Mais de 2.700 cavidades já foram cadastradas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia-SBE, organismo não-governamental que congrega os grupos dedicados à pesquisa, exploração e proteção das grutas e abismos no País.
Caverna Água Suja
Com o estudo mais detalhado das regiões cársticas brasileiras, o número de cavernas pode atingir algumas dezenas de milhares. Nos últimos 15 anos, mais de 100 novas cavidades foram descobertas anualmente.
Caverna Alambari de Baixo
Os ambientes subterrâneos, geralmente caracterizados pela ausência de luz, pequena variação de temperatura e umidade e pela falta de vegetação clorofilada, abrigam ecossistemas muito peculiares e frágeis.
Caverna do Diabo
Neles se desenvolve uma diversificada fauna cavernícola que inclui animais altamente especializados, sendo muitas vezes restritos a esses ambientes. Com mais de 600 espécies já classificadas a fauna cavernícola do Brasil é a mais rica da América do Sul.
Caverna do Diabo - cara do diabo
Cavernas no Brasil
As cavernas brasileiras também conservam ossadas e vestígios fósseis de uma rica fauna extinta, especialmente dos grandes mamíferos (Megatérios, Toxodontes, Gliptodontes e outros) do período Pleistocênico (10 mil a 1 milhão de anos atrás).
Gruta do Espírito Santo
Da mesma forma, pinturas rupestres, sepultamentos, restos de fogueira e outros testemunhos de antigos povos são freqüentes em nossas grutas, reconhecidas como importantes sítios arqueológicos de interesse mundial.
Caverna da Lagoa Azul
A amplidão das entradas de muitas cavernas, associadas ao ambiente de penumbra e silêncio, a riqueza de suas ornamentações e a fé do povo brasileiro transformaram muitas de nossas cavernas em importantes templos religiosos, visitadas por milhares de peregrinos todos os anos. As Grutas de Bom Jesus da Lapa, Mangabeira e Brejões, na Bahia, e a Lapa da Terra Ronca, em Goiás, são alguns exemplos dessa prática, sediando grandes festas religiosas.
Caverna do Morro Preto
Nas últimas décadas, também o turismo vem descobrindo a beleza e a aventura proporcionada pelas cavernas brasileiras. Grandes entradas e salões internos, lagos e cachoeiras subterrâneas e a extraordinária beleza dos espeleotemas como as estalactites, colunas, flores de pedra e vários outros tipos de ornamentação, podem ser apreciados em mais de 50 cavernas turísticas e semi-turísticas espalhadas pelo País.
Caverna do Ouro Grosso
Entre elas destacam-se, em São Paulo, a Caverna de Santana, a Caverna do Diabo e várias outras situadas na região do Vale do Ribeira, especialmente as abrigadas pelos Parques Estaduais do Alto Ribeira (PETAR), Jacupiranga e Intervales. Em Minas Gerais, destacam-se as grutas de Maquiné, Lapinha e Rei do Mato, preparadas para o turismo de massa, e as grutas de visitação controlada do magnífico Vale do Rio Peruaçu; no Ceará, é famosa a Gruta de Ubajara; no Paraná, as Furnas de Vila Velha, dolinas areníticas com mais de 100 metros de profundidade; no Mato Grosso do Sul, a extraordinária Gruta do Lago Azul; na Bahia, diversas e belas cavernas na Chapada Diamantina.
Caverna do Santana - Salão dos Discos
Várias cavernas brasileiras destacam-se no cenário internacional por suas dimensões e por sua raridade. É o caso da Toca da Boa Vista, na Bahia, que com 84 quilômetros de desenvolvimento é a maior gruta do Hemisfério Sul e a 15ª do mundo.
A mais alta entrada de cavernas também está no Brasil, na Gruta Casa de Pedra, em São Paulo, com 215 metros de altura. Em Minas Gerais estão, simultaneamente, a maior gruta (caverna horizontal) e o mais profundo abismo (caverna vertical) em quartzito do planeta, respectivamente a Gruta das Bromélias, com 2.560 metros, e a Caverna do Centenário, com 481 metros de desnível. O Brasil possui, ainda, a maior caverna conhecida em micaxisto, a Gruta dos Ecos, no Distrito Federal, com 1.380 metros de desenvolvimento e um magnífico lago subterrâneo que chega a atingir 300 metros de comprimento.
A presença de gigantescos salões subterrâneos, cachoeiras com mais de 20 metros de queda, lagos com mais de 120 metros de profundidade e enormes espeleotemas, como a estalactite de 28 metros da Gruta de Janelão, em Minas Gerais, considerada a maior do mundo, aliada ao grande potencial de descoberta de novas cavidades, também contribuíram para transformar o Brasil em um dos países mais procurados por expedições espeleológicas internacionais.
O importante patrimônio natural, cultural, científico e turístico representado pelas cavernas brasileiras está hoje protegido pela mais abrangente legislação sobre o assunto. No Brasil, por força da Constituição de 1988, todas as cavernas passaram a ser propriedade da União, e ampla legislação federal, estadual e municipal protege essas cavidades no território nacional, revertendo um quadro de destruição das mesmas por vandalismo, mineração e obras irregulares. O CECAV - Centro de Estudos, Proteção e Manejo de Cavernas, vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em parceria com a SBE tem como prioridade a proteção e a divulgação desse patrimônio Nacional.
Fonte: espeleopaty.vilabol.uol.com.br
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