quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ÁGUA SALGADA

Yuri Gagarin foi o primeiro astronauta que viu a terra de cima

"A Terra é Azul"

“A Terra é azul”, constatou Yuri Gagarin, o primeiro e privilegiado astronauta que a avistou lá de cima. Muita gente acha erroneamente que o planeta Terra deveria se chamar "planeta água", porque afirmam que o planeta é formado por 77% de água; vejam como falta estudo para esse pessoal porque, a Terra tem essa porcentagem de água considerando apenas sua extensão superfícial (como a casca de uma laranja); em volume considerando a dimensão da profundidade, a Terra em sua maioria é sólida mesmo.

97,5% de toda água da Terra é salgada, apenas 2,5% da água do planeta é doce. De toda água do planeta, 1,72% são água doce congelada nas calotas polares e geleiras e 0,75% estão em forma de água doce subterrâneas; restando apenas 0,02% de água contida em plantas e animais e só 0,01% de toda água do planeta está disponível em rios, lagos e represas.

Se pegarmos uma garrafa com 1,5 litro de água e a dividirmos proporcionalmente, como a encontramos no planeta, a quantidade de água doce disponível seria equivalente a uma única e insignificante gota.

Mares e Oceanos

Mares e Oceanos

Muitas regiões do planeta não possuem quantidade suficiente de água doce. O aumento da população mundial e a poluição são outros fatores comprometedores ao uso dessa água, que pode acabar se não forem tomadas medidas para seu uso sustentado e garantia da sua renovação. Uma das alternativas para regiões que possuem escassez de água doce é a utilização de água com alta concentração de sais, como a água salobra (muito comum nos aqüíferos subterrâneos do Nordeste Brasileiro) e a água do mar. Para torná-las potáveis, ou seja, apropriada ao consumo humano, é necessário fazer a dessalinização.

Trata-se de um processo que exige alto investimento e recursos tecnológicos complexos para a produção em larga escala. Neste caso, o preço da água para o consumidor final torna-se muito mais elevado, devido à menor oferta e gastos envolvidos para torná-la potável.

A Sabesp não trata a água por meio do processo de dessalinização. Tal sistema é utilizado em alguns países, como Arábia Saudita, Israel e Kuwait, além de ser usado por equipes de navios que ficam meses no mar ou pesquisadores residindo em regiões desprovidas de água doce.

Na ilha de Chipre, a água do mar abastece a população e os lençois freáticos que foram reduzidos pela exploração exagerada. Diversos governos e instituições investem em pesquisas para o desenvolvimento de processos de dessalinização que sejam eficientes, adequados às características regionais e que tenham um custo reduzido, pois esse tipo de tratamento é muito mais caro que o convencional.

Os principais processos de dessalinização são:

Osmose Reversa - o processo de dessalinização por osmose reversa ocorre quando é exercida pressão em uma solução salina. A água atravessa uma membrana semipermeável, com poros microscópicos, que retém sais, microorganismos e outras impurezas.

Dessa maneira, a água pura "sai" da solução salgada e fica separada em outro local.
Um dos pontos principais desse processo é a fabricação de membranas osmóticas sintéticas, uma tecnologia de ponta, criada inicialmente para uso em processos industriais. O aumento constante da produção vêm barateando o custo desse produto, facilitando o acesso à tecnologia.

Dessalinização Térmica - é um dos processos mais antigos, imitando a circulação natural da água. O modo mais simples, a "destilação solar", é utilizada em lugares quentes, com a construção de grandes tanques cobertos com vidro ou outro material transparente.
A luz solar atravessa o vidro, a água do líquido bruto evapora, os vapores se condensam na parte interna do vidro, transformando-se novamente em água, que escorre para um sistema de recolhimento.

Dessa forma, separa-se a água de todos os sais e impurezas. Em lugares frios ou com carência de espaço, esse processo pode ser feito gerando-se calor através de energia. A melhor solução, neste caso, é a utilização de energia solar, que é mais barata, não consome recursos como petróleo e carvão e não agride o meio ambiente.

Congelamento - quando congelamos a água, produzimos gelo puro, sem sal. Então, através do congelamento/ descongelamento pode-se obter água doce. Esse método não foi testado em larga escala, porém, existem propostas para a utilização de calotas polares (onde está boa parte da água doce do planeta) para obtenção de água pura.

No entanto, teme-se que a água de descongelamento de calotas polares possa trazer problemas, como, por exemplo, uma nova propagação de vírus, já erradicados ou controlados, que podem ter ficado congelados.

Mares e Oceanos
Mares e Oceanos

Fonte: www.agua.bio.br

Água Salgada

Superfície de água = 1.000.000 Km²

OCEANOS - FATOS E MEDIDAS

Calcula-se que a área da Terra coberta pelo mar seja de 361.740.000 Km ², ou 70,92% da superfície total. A profundidade média é estimada em 3.554 m e o volume dos oceanos em 1.285.600.000 Km³.

OCEANO ÍNDICO

Localizado principalmente no hemisfério sul, sua maior largura é de 9.600 Km ( da Tasmânia ao Cabo Agulhas). A profundidade média é de 4.000 m, e a maior profundidade é de 9.000 m na fossa Amirante.

OCEANO ATLÂNTICO

É dividido entre o Atlântico Norte (36.000.000 Km²) e o Atlântico Sul (26.000.000 Km²). Sua maior largura ao norte é de 7.200 Km (do Marrocos à Flórida) e ao sul é de 9.600 Km (da Guiné ao Brasil). A profundidade média é de 3.600 m; as maiores profundidades são de 9.220 m na fossa de Porto Rico, 8.264 m na de Sandwich do Sul e 7.728 m na Romansh.

OCEANO PACÍFICO

Cobre aproximadamente 40% da área marítima total do mundo e é maior dos oceanos. Sua maior largura (leste/oeste) é de 16.000 Km, e a maior extensão (norte/sul), 11.000 Km. A profundidade média é de 4.200 m (é também o oceano mais profundo). Geralmente o oeste e o norte são os mais rofunds que leste e sul.

As maiores profundidade ocorrem perto de um grupo de ilhas e incluem as fossas: Mindanao com 11.524 m, Mariana com 11.022 m, Tonoga com 10.882 m, Kuril-Kamchatka com 10.542 m, Filipina com 10.497 m e Kermadec com 10.047 m.

Comparações
(quando válidas)
Maior Distância
Norte/Sul (Km)
Maior Distância
(Leste/Oeste (Km)
Profundidade
(m)
Oceano Índico
-
9.600
9.000
Oceano Atlântico
-
9.600
9.220
Oceano Pacífico
11.000
16.000
11.524
Oceano Ártico
-
-
5.450
Mar Mediterrâneo
960
3.700
4.846
Mar do Sul da China
2.100
1.750
5.514
Mar de Bering
1.800
2.100
5.121
Mar do Caribe
1.600
2.000
7.100
Golfo do México
1.200
1.700
4.377
Mar de Okhotsk
2.200
1.400
3.475
Mar do Leste da China
1.100
750
2.999
Mar Amarelo
800
1.000
91
Baía de Hudson
1.250
1.050
259
Mar do Japão
1.500
1.100
3.743
Mar do Norte
1.200
550
661
Mar Vermelho
1.932
360
2.246
Mar Negro
600
1.100
2.245
Mar Báltico
1.500
650
460

ÁGUAS NA SUPERFÍCIE DA TERRA

Volume total cerca de 1.400 milhões de Km³
Oceanos e Mares 1.370 milhões de Km³
Gelo 24 milhões de Km³
Água em rochas e sedimentos 4 milhões de Km³
Lagos e Rios 230 mil Km³
Atmosfera (vapor) cerca de 140 mil Km³

CARACTERÍSTICAS DAS BACIAS OCEÂNICAS

A maioria da água proveniente da terra corre para o Atlântico, que também é o oceano mais salino devido à troca de água com os mares vizinhos. As margens dos continentes (21% do solo do oceano) são as áreas econômicas mais importantes

Fonte: www.tratamentodeesgoto.com.br

Àgua Salgada

Os mares e os oceanos representam 71% da superfície da Terra, isto é, 360 milhões de km2, e 9% dos recursos hídricos do planeta.

São uma fonte abundante de recursos biológicos e naturais, comparável ou mesmo superior às florestas tropicais.

Constituem também um recurso económico e uma reserva energética, são essenciais para determinar o clima da Terra e representam sistemas muito produtivos, que reciclam constantemente os produtos químicos, os nutrientes e a água. 40% cento da população mundial vive num raio de 60km da costa e 35 milhões de pessoas dependem da pesca.

Os oceanos são uma fonte importantíssima de alimentos e de emprego e constituem vias naturais de comunicação, transporte e comércio.

O oceano é menos conhecido do que alguns planetas distantes e contém muitos recursos, em parte ainda por utilizar. Mas esses recursos potenciais são limitados, tanto pela sua capacidade como pela sua possibilidade de absorver os efeitos do desenvolvimento e da poluição. São já visíveis os sinais de stress, especialmente nas zonas costeiras baixas e nas ilhas pequenas. Entre os sintomas de doenças figuram os seguintes: poluição, esgotamento das unidades populacionais de peixes, desaparecimento das costas, subida do nível do mar, um aumento das temperaturas de superfície que ameaça as correntes oceânicas profundas, tempestades mais frequentes, fusão das calotas glaciais...

80% da poluição dos mares e oceanos é um resultado de actividades terrestres. , Nos oceanos e mares do planeta, há quase 150 “zonas mortas”, pobres em oxigénio devido a um excesso de nutrientes, provenientes sobretudo do azoto dos fertilizantes agrícolas, das emissões produzidas por veículos e fábricas e dos resíduos. Um baixo nível de oxigénio prejudica a vida dos animais marinhos e alguns habitats importantes, como os leitos de sargaços. É uma importante ameaça para as unidades populacionais de peixes e, por conseguinte, para as populações que dependem deste recurso.

O estado da pesca no mundo continua a degradar-se. 70% dos recursos haliêuticos com valor comercial foram já pescados ou encontram-se no limiar de conservação da espécie, o que tem consequências sociais, económicas e ecológicas. A pesca ilegal com palangre, realizada por palangres que chegam a ser arrastados ao longo de 80 milhas, mata mais de 300 000 aves marinhas por ano. Os peixes capturados acidentalmente representam 20 milhões de toneladas por ano e a morte de pequenas baleias, golfinhos e botos.

A alteração do habitat deve-se a actividades como a dragagem, a descarga de resíduos, o depósitos de resíduos sólidos em locais situados no litoral, as construções junto à costa e a construção de estradas, o abate das florestas costeiras e diversas actividades turísticas e recreativas como o mergulho. Embora, por exemplo, os recifes de coral cubram apenas menos de 0,5% do fundo dos oceanos, 90% das espécies marinhas dependem directa ou indirectamente deles. Os recifes protegem também as populações, servindo de barreira entre os oceanos e as comunidades do litoral. Mas 60% do que resta dos recifes de corais corre sérios riscos de desaparecer, durante os próximos 30 anos, se não forem tomadas medidas. 85% das costas europeias estão em perigo, devido à criação de infra-estruturas e a outras construções bem como a causas naturais.

Cerca de 3000 espécies não-indígenas de plantas e de animais são transportadas todos os dias pela água de lastro dos navios. Quando introduzidas em habitats distantes, estas espécies podem reproduzir-se de uma maneira incontrolável, por vezes com efeitos devastadores para a biodiversidade marinha e a economia que dela depende.

O aquecimento do clima poderia ter efeitos impressionantes nos oceanos, levando a um abrandamento da sua função de regulação das temperaturas. O Grupo Internacional sobre Alterações Climáticas prevê o aumento tanto da frequência como da intensidade das tempestades e de outros fenómenos climáticos extremos, o que causará danos aos ecossistemas costeiros e reduzirá a sua capacidade de se reconstituírem.

Embora o transporte marítimo seja considerado como um meio de transporte que respeita o ambiente, pode ter um impacte negativo considerável, se as normas não forem observadas e aplicadas, pois isso pode conduzir a grave acidentes petrolíferos e a descargas ilegais de poluentes, que vão desde o petróleo bruto às substâncias radioactivas.

O Mar Báltico

O Mar Báltico é uma das maiores extensões de água salobra do mundo. A sua profundidade média ronda apenas os 55m e a sua profundidade máxima é de 450m.

São precisos cerca de 35 anos, para que toda a água deste mar seja renovada pela água do oceano. Este mar é único, do ponto de vista ecológico, pois alberga numerosas espécies de plantas, animais e microorganismos bem como numerosos tipos de habitats (foram inventariados 133 habitats marinhos e costeiros, para efeitos de conservação). É um importante viveiro para muitas espécies de peixes como o bacalhau e o arenque e alberga focas e aves migratórias. Devido às suas características geográficas, climáticas e oceanográficas muito específicas, é muito sensível ao impacte ambiental das actividades humanas.

O Mar Báltico apresenta fortes concentrações de substâncias tóxicas e de eutrofização. O transporte marítimo causa outros problemas: marés negras, resíduos sólidos e sobrepesca. Quase todos os verões, a eutrofização causa grandes proliferações de algas, muitas vezes tóxicas, no Mar Báltico e no Golfo da Finlândia, as quais afectam o ecossistema marinho. As populações de espécies comercialmente importantes como o bacalhau e o arenque sofreram acentuadas reduções, devido à sobrepesca e à diminuição do afluxo de águas oceânicas. A população de salmões selvagens está a aumentar, mas mantém-se a um nível muito baixo nos rios pequenos, em consequência da sobreexploração e da degradação ambiental. A captura acidental de mamíferos e aves marinhos ameaça as populações locais. As substâncias perigosas como o cádmio, o mercúrio, o chumbo e os PCB acumulam-se ao longo da cadeia alimentar e podem prejudicar os ecossistemas e a saúde humana. Há quem sustente que os PCB são responsáveis pela diminuição da população de focas cinzentas, principalmente nos mares da Suécia, da Finlândia e da Estónia, e que estariam também ligados à esterilidade feminina. Uma vez lançadas no Mar Báltico, as substâncias perigosas podem lá permanecer durante muito tempo. O aumento do transporte marítimo, nos últimos vinte anos, conduziu à introdução no Mar Báltico de pelo menos 70 espécies não-indígenas, que perturbam os ecossistemas e lhes causam danos.

Convenções regionais: O Mar Báltico é protegido pela Convenção de Helsínquia de 1974 sobre a Protecção do Ambiente Marinho da Zona do Mar Báltico. A Comissão de Helsínquia (HELCOM) administra a convenção e a cooperação regional com ela relacioanda. Em 1992, a Convenção de Helsínquia especificou os pormenores e largou o âmbito da Convenção de 1994, incorporando uma maior cobertura das águas costeiras, exigindo a aplicação dos princípios de precaução e do « poluidor-pagador ». Entrou em vigor em Janeiro de 2002 e visava : diminuir as descargas de poluentes orgânicos e de nutrientes ; melhorar o tratamento das águas residuais municipais e industriais, regular a proibição de substâncias perigosas como os PCB ou o DDT, tomar medidas para eliminar toda e qualquer descarga ilegal de barcos. A cooperação internacional sobre os problemas ligados à pesca baseia-se na Convenção de Gdansk de 1973 sobre a Pesca e a Conservação dos Recursos Vivos no Mar Báltico e nas suas Cinturas (Convenção de Gdansk) e através da Comissão Internacional de Pesca no Mar Báltico.

O Nordeste Atlântico

O Nordeste Atlântico acolhe uma grande diversidade de habitats marinhos e costeiros. Milhões de aves migradoras dependem dos alimentos e das terras cultivadas, durante o seu voo ao longo das costas. O Mar é rico em espécies marinhas selvagens: tubarões, focas (incluindo os golfinhos de Risso e “nariz de garrafa”, o cachalote, a baleia anã e a baleia comum) e unidades populacionais de peixes comercialmente importantes. Encontram-se aí também variedades muito produtivas de plâncton, florestas de laminárias, leitos de sargaços e mesmo recifes de coral de águas frias.

Este ambiente está ameaçado pelos produtos químicos tóxicos, os pesticidas e os nutrientes. A poluição é agravada pelas descargas de petróleo e de produtos químicos provenientes das plataformas de exploração offshore e da pesca. A diversidade dos plânctons diminuiu, enquanto as algas proliferam, devido à elevada taxa de nutrientes, gerados pelo azoto procedente de fontes terrestes, como o escoamento de águas da agricultura.

Muitas populações de salmões do Atântico geneticamene distintas foram já destruídas, em consequência da sobrepesca, da poluição local dos ricos, da poluição e das alterações climáticas. Na Noruega e na Escócia, o desenvolvimento da cultura de salmão criou sérios problemas de doenças e parasitas ao salmão selvagem. A captura acidental de mamíferos marinhos, de aves, tubarões, tartarugas e outras espécies que não se destinam a ser pescadas constituem um problema grave. Os habitats costeiros e marinhos sofrem uma degradação crescente provocada pelas instalações portuárias, o desenvolvimento industrial, a protecção contra as cheias e a extracção de petróleo, gás e areia. A mineração e a pesca em águas profundas estão em fase de expansão e podem ameaçar espécies isoladas e os seus habitats.

Convenções regionais: a zona é abrangida pela Convenção de Oslo de 1972, a Convenção de Paris de 1974 e a Convenção Oslo-Paris (OSPAR), de 1992, que inclui as duas anteriores e integra novos princípios de conservação. A Convenção requer a aplicação dos princípios de precaução e do « poluidor-pagador ». Tem que ver com a prevenção e a eliminação da poluição resultante de actividades terrestres bem como de descargas ou incinerações. Entrou em vigor em 1998 e abrange a zona a oeste da costa Leste do Gronelândia, a zona a leste da costa continental do Mar do Norte, o Sul do estreito de Gibraltar e a parte norte do Pólo Norte. A Comissão da Pesca do Nordeste e Comissão do Salmão do Atlântico Norte e a Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico estão activas nesta zona.

O Mar Ártico

O Ártico é, na realidade, um grande oceano, quase todo coberto de gelo. É uma das regiões relativamente intactas do planeta, onde os povos indígenas conservaram os seus costumes e vivem em harmonia com a terra e o mar, de que depende a sua sobrevivência. É também uma importante fonte de produtos de base para a Europa como peixe, madeira para a construição, petróleo e gás e outros minerais. A pesca, a silvicultura, as alterações climáticas, a poluição e até o turismo ameaçam, hoje, o ambiente do Árctico.

A biodiversidade marinha está agrupada em sectores específicos como o Mar de Barento, estuários e deltas tais como os Deltas do Lena, e zonas costeiras que rodeiam grupos de ilhas como o Novaya Zemlya, Franz Joseph e Svalbard. As águas próximas do litoral e as aberturas no gelo são uma importante fonte de alimentos para as aves marinhas como os pinguins, os araus comuns e as gaivotas. Milhares, talvez milhões, de casais de aves reproduzem-se nas falésias. Os países árcticos tomaram diversas medidas para travar o desaparecimento de habitats e, hoje em dia, cerca de 2,5 milhões de quilómetros quadrados são protegidos. Há centenas de anos que os europeus pescam no Ártico e esta indústria continua a ser vital para muitos países. Actualmente, cerca de metade do peixe consumido na União Europeia provém do Árctico europeu. Mas numerosos barcos de pesca capturam peixes que são cada vez mais raros e os recursos de peixes estão a diminuir progressivamente.

A exploração do petróleo e do gás em plataforma offshore, o seu transporte pelas águas do Mar Árctico e em condições polares sensíveis representa riscos especiais, como o acidente do Exxon Valdez no Alasca demonstrou.

Sete dos maiores rios do mundo ficam na Rússia árctica. Drenam mais de metade das terras russas e, todos os anos, lançam 73 milhões de toneladas de sedimentos nas zonas costeiras do Árctico, bem como substâncias tóxicas, que geram problemas graves de poluição resultante de actividades terrestres. As correntes marinhas, como a Corrente do Golfo, transportam as massas de água a longas distâncias e disseminam produtos químicos e substâncias radioactivas. Do mesmo modo, a poluição levada da Europa para o Árctico tem um enorme impacte no ambiente deste Mar: as substâncias tóxicas concentradas nos tecidos dos animais acumulam-se ao longo de toda a cadeia alimentar, nomeadamente nos ursos polares, focas e baleias. Dado que estes animais são a fonte de alimento dos povos indígenas, isso pode expô-los a graves problemas de saúde. Uma grande percentagem de mulheres das comunidades Árcticas apresentam uma taxa de mercúrio ou de PCB muito superior aos níveis recomendados por lei.

O Árctico é uma sentinela das alterações climáticas. Alguns dos efeitos ambientais das alterações climáticas surgirão mais cedo no Árctico, devido às características físicas e biológicas específicas da região, como a calota glacial e o solo permanentemente gelado. No final do século, o gelo do Oceano Árctico poderia fundir-se no verão.

Convenções regionais

  • A Estratégia de Protecção do Ambiente do Árctico, de 1991, visa : proteger os escossistemas do Árctico ;
  • assegurar a protecção, melhoria e restabelecimento da qualidade do ambiente e a utilização sustentável dos recursos naturaias, nomeadamente a sua utilização pelas populações locais e os povos indígenas ;
  • reconhecer e, se possível, procurar ir ao encontro das necessidades culturais e tradicionais, dos valores e das práticas dos povos indígenas, no que se refere à protecção do ambiente do Árctico ;
  • avaliar o estado do ambiente do Árctico ;
  • identificar, reduzir e, como objectivo último, eliminar a poluição.

Mar Negro

Os cientistas descobriram, a 100 metros de profundidade, os restos de uma casa que poderia ter 7500 anos. Isso confirma a ideia de que o Mar Negro teria nascido devido a uma grande mudança ecológica e à brusca intrusão das águas mediterrânicas. Sendo um mar fechado, o Mar Negro é particularmente vulnerável à poluição, um fenómeno que é agravado pelo crescimento demográfico. Na zona costeira, vivem cerca de 16 milhões de pessoas, às quais se juntam 4 milhões de turistas, no verão.

Nos últimos 20 anos, o ambiente do Mar Negro sofreu uma enorme deterioração, ao nível da sua biodiversidade, dos habitats, dos recursos haliêuticos, do seu valor estético e da qualidade da água. Com efeito, o Mar Negro é utilizado para vários fins: pesca associada ao turismo, extracção de minerais e transporte, sendo ainda um lugar “prático” onde descarregar resíduos sólidos e líquidos.

O Mar Negro é ainda mais afectado pelos nutrientes e a poluição industrial do que o Mar Mediterrâneo. Recebe as águas do Danúbio, do Dniepre, do Dniestre e do Don. As descargas crescentes de nutrientes provenientes dos rios (80% da poluição provém do Danúbio) causaram um excesso de produção de fitoplâncton microscópico, que, por sua vez, impede que a luz chegue aos sargaços e às algas.

A eutrofização causou danos graves a todo o ecossistema. Este problema, conjugado com a poluição e a sobrepesca, provocou uma diminuição dos recursos haliêuticos. A situação agravou-se ainda em meados dos anos 80, altura em que uma espécie de medusa muito resistente (Mnemiopsis leidyi), introduzida acidentalmente pela água de lastro de um barco, invadiu o Mar. Alimenta-se de animais microscópicos, de que se alimentam também os peixes pequenos, e atingiu rapidamente um peso total de 900 milhões de toneladas, ou seja, o equivalente ao décuplo da captura anual de peixes no mundo inteiro.

Uma urbanização que deixa muito a desejar destruiu a maior parte das costas. A poluição não controlada, devido às águas dos esgotos, levou ao encerramento de muitas praias e gerou perdas significativas no sector do turismo. Em certos lugares, os resíduos sólidos foram lançados directamente no mar ou perto de zonas húmidas preciosas. O Mar Negro é uma importante via para o tráfego de petroleiros; por ela circulando anualmente 70 000 milhões de toneladas de petróleo. Os acidentes petrolíferos, as descargas ilegais e os resíduos petrolíferos do Danúbio causam problemas graves de poluição da ordem das 100 000 toneladas de petróleo por ano.

Convenções regionais: A Convenção de Bucareste, de 1992, sobre a protecção do Mar Negro contra a poluição foi ratificada em 1994. Compreende três Protocolos específicos sobre :
• o controlo das fontes terrestres de poluição ;
• a descarga de resíduos ;
• a acção conjunta em caso de acidentes (como o derrame de petróleo, as chamadas marés negras)

Mar Cáspio

O Mar Cáspio é a maior extensão de água fechada do mundo. O Sudeste da Europa encontra-se aí com a Ásia. Onze milhões de pessoas vivem à volta do Mar Cáspio. Este mar não tem ligação aos oceanos, o seu nível situa-se actualmente 26,5 metros abaixo do nível do mar e a sua água é três vezes menos salgada do que a dos oceanos. O Mar Cáspio, situado em diversas cinturas climáticas, contém uma grande biodiversidade. Nele vivem 400 espécies que só ali é possível encontrar. São também numerosas as aves que ali habitam durante todo o ano, em particular nas estações de migrações. O célebre esturjão deste mar representou, por si só, aproximadamente 80% da indústria mundial do caviar, no período em que esta atingiu o seu auge.

O Mar Cáspio sofre, actualmente, a pressão crescente das actividades humanas, o que conduz a um aumento da eutrofização, à poluição da água por metais pesados , à poluição química e à sobreexploração das espécies marinhas. O esturjão do Mar Cáspio encontra-se em vias de extinção.

Os complexos petroquímicos e as refinarias são fontes importantes de poluição resultante de actividades terrestres e as descargas e derrames acidentais de petróleo bem como a extracção de gás têm um grave impacte no ambiente. Aos problemas ligados às actividades humanas veio juntar-se o de uma subida do nível do mar Cáspio de quase 2,3 metros, desde 1978. Essa subida misteriosa deslocou milhares de pessoas, destruiu investimentos na indústria e em infra-estruturas e causou graves ameaças de poluição pelos resíduos que flutuam perto das costas.

Convenções regionais: O Programa Ambiental do Cáspio (CEP) e a Convenção do Cáspio

O CEP é um programa regional criado por e para os cinco Estados do litoral do Cáspio e financiado por organismos da ONU, o Banco Mundial, a União Europeia, entre outros. Visa conter a deterioração das condições ambientais do Mar Cáspio. Em Novembro de 2003, a Convenção-Quadro para a Protecção do Ambiente Marinho do Mar Cáspio (Convenção de Teerão) foi aprovada, sob os auspicios do PNUA. Visa facilitar o estabelecimento de objectivos ambientais concretos.

Mar Mediterrâneo

O Mar Mediterrâneo, que outrora acolheu os impérios egípcio, fenício, grego e romano, conta hoje com 160 milhões de habitantes e um número semelhante de visitantes por ano. É, em geral pouco profundo, uma vez que a profundidade média ronda os 1500 metros e a máxima é de 5150 metros, abaixo da costa sul da Grécia. Trata-se quase de uma bacia completamente fechada, cuja maior fonte de renovação é o continuo afluxo de água superficial procedente do Oceano Atlântico. A total renovação das suas águas, feita através do Estreiro de Gibraltar, com apenas 300 metros de profundidade, demora mais de um século. Este fraco afluxo, aliado à forte evaporação, torna o Mar Mediterrâneo mais salgado do que o Oceano Atlântico.

O Mediterrâneo é conhecido por ter albergado 19 espécies de Cetáceos, entre as quais podemos citar o golfinho raiado e o cachalote. Encontram-se também no Mediterrâneo três espécies de tartaruga do mar, duas das quais nidificam aí e constituíam populações numerosas. Estas tartarugas do mar estão cada vez mais ameaçadas pela degradação dos territórios de nidificação, devido ao desenvolvimento costeiro, bem como pela sua captura acidental.

A densidade do tráfego de navios mercantes é aí particularmente elevada. Embora o Mar Mediterrâneo represente menos de 1% do superfície total do planeta coberta por oceanos, representa 30% do transporte marítimo mundial. Um quinto dos acidentes mundiais que envolveram petroleiros teve lugar nas suas águas.

O Mediterrâneo é o principal destino turístico do mundo (30% do turismo mundial). O turismo costeiro provoca uma redução dos sítios naturais e uma alteração das paisagens. As migrações maciças para os principais centros urbanos geram uma pressão acrescida sobre os serviços urbanos e ultrapassam a sua capacidade em termos de abastecimento de água, de infra-estruturas de transporte e de sistemas de saneamento. Mais de 500 milhões de toneladas de água de esgotos são lançados no mar por ano, juntamente com 120 000 toneladas de óleos minerais, 60 000 toneladas de detergentes, 100 toneladas de mercúrio, 3800 toneladas de chumbo e 3600 toneladas de fosfatos. A indústria da pesca exerce uma pressão constante tanto sobre o ambiente como sobre as unidades populacionais de peixes.

Convenções regionais: O Plano de Acção para o Mediterrâneo (MAP)

En 1975, a CEE e 20 países mediterrânicos aprovaram o Plano de Acção para o Mediterrâneo (MAP). Foi aprovado, em 1976, com o nome de Convenção de Barcelona para a Protecção do Mar Mediterrâneo contra a Poluição. O MAP inicia propostas e acções regionais a favor do desenvolvimento sustentável na região mediterrânica. As questões relacionadas com a pesca são debatidas no seio da Comissão Geral da Pesca para o Mediterrâneo, criada pelo acordo aprovado na Conferência da FAO, em 1949, e que entrou em vigor em Fevereiro de 1952.

Acção internacional:

• A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, que foi assinada em 1982 e entrou em vigor em 1994, constitui o quadro jurídico para os oceanos, integrando as regras para as extracções em águas profundas e as zonas económicas exclusivas, que se estenderão por 200 milhas náuticas à volta dos estados-nação.

• Em 2002, na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, os países comprometeram-se a criar uma rede internacional de protecção das zonas marinhas e costeiras.

• O Programa de Acção Mundial do PNUA para a Protecção do Ambiente Marinho contra as Actividades Terrestres exige formas inovadoras de colaboração entre os governos, organizações e instituições, a todos os níveis – regional, nacional e mundial.

Fonte: www.runic-europe.org

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