Arquipélago de Anavilhanas, no AM, que virou parque nacional em 2008. (Foto: Divulgação / ICMbio)
Para ajudar a elencar as ideias de ações, foram ouvidos também alguns especialistas que trabalham com a região: o ecólogo Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que é também colunista do portal, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Alberto Setzer, que está à frente do sistema de monitoramento de queimadas dessa instituição, a coordenadora do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, além da antropóloga Mary Allegretti, colunista do Globo Amazônia e especialista em extrativismo sustentável.
50 ideias de ações para ajudar a proteger a Amazônia | |
Ações de governo | |
1 | Estabelecer e fazer com que sejam cumpridas metas para diminuição do desmatamento, fiscalizando e punindo os desmatadores ilegais. |
2 | Fazer com que as multas ambientais sejam pagas de fato, já que apenas uma pequena porcentagem é paga atualmente. |
3 | Desestimular financiamento a atividades que desmatam. |
4 | Criar alternativas de renda para a população local. |
5 | Segundo Adriana Ramos, do Isa, é importante também que o governo invista “em modelos de educação e pesquisa voltados a preparar mão-de-obra especializada para o uso sustentável da floresta". |
6 | Philip Fearnside aponta que o governo precisa reformar o sistema de posse da terra para não legalizar as ilegais, além de “completar o cadastro do INCRA de limites georreferenciados de todas as propriedades privadas”, |
7 | Outro ponto destacado pelo ecólogo do Inpa é a necessidade de “fortalecer o sistema de licenciamento ambiental e tomada de decisão para ter análise e debate dos impactos ambientais antes da tomada das decisões de fato”. |
8 | Criar assentamentos agrícolas ambientalmente sustentáveis. |
9 | Criar mais unidades de conservação (reservas). |
10 | Alberto Setzer, do Inpe, acrescenta que é também fundamental que as reservas não existam apenas no papel, mas sejam dotadas com pessoal e equipamentos necessários para sua preservação. Novas reservas, aponta o pesquisador do Inpe, são particularmente importantes no bioma cerrado da Amazônia, e nas suas regiões costeiras. |
Ações de ONGs | |
11 | Fiscalizar as ações do governo. |
12 | Promover a educação e conscientização de moradores locais. |
13 | Prestar contas publicamente de suas ações na Amazônia. |
14 | Denunciar irregularidades de empresas na região. |
15 | Propor alternativas ao desmatamento. |
16 | Conscientizar a população brasileira da necessidade da conservação. |
17 | Adriana Ramos destaca que as ONGs devem promover estudos sobre a destruição e sobre alternativas de desenvolvimento local sustentável. |
18 | Outra iniciativa importante levantada pela coordenadora do ISA é que as ONGs apoiem governos locais e comunidades no desenvolvimento de projetos de alternativas econômicas sustentáveis. |
19 | Para Alberto Setzer, do Inpe, as ONGs devem ainda “definir convênios com os governos federal, estaduais e municipais para participar efetivamente da preservação e recuperação de áreas de preservação, e de pesquisas científicas a elas relacionadas”. |
20 | Ajudar a atrair recursos externos para a conservação, através, por exemplo, do Fundo Amazônia. |
Ações de empresas | |
21 | Não comprar matéria-prima de desmatadores ilegais. |
22 | Respeitar a reserva legal (área que, por lei, não pode ser desmatada, e que na Amazônia equivale a 80% de uma propriedade). |
23 | Evitar manobras jurídicas que impeçam a execução da Lei Ambiental. |
24 | Contribuir com o Fundo Amazônia. |
25 | Criar programas de redução de consumo de energia elétrica, já que a necessidade de novas usinas cria pressão sobre a floresta. |
26 | Praticar preços justos com fornecedores de matérias-primas amazônicas. |
27 | Exigir do governo investimento no desenvolvimento da região. |
28 | Adriana Ramos, do ISA, aponta ainda que as empresas deveriam “investir em cadeias produtivas de uso sustentável dos recursos florestais”. |
29 | A antropóloga Mary Allegretti ressalta a importância de que as empresas transfiram tecnologia para fornecedores da Amazônia. |
30 | Empresas que têm negócios na região, defende Allegretti, devem repatir os benefícios que obtêm por acesso à biodiversidade com comunidades indígenas e locais. |
Ações de internautas e cidadãos comuns de todo o país | |
31 | Monitorar o desmatamento pelo Globo Amazônia! |
32 | Avisar os amigos sobre o portal. |
33 | Observar a procedência dos produtos que consome para se certificar que não tem ligação com o desmatamento. |
34 | Eleger governantes compromissados com a proteção da floresta. |
35 | Cobrar as autoridades pela preservação e cumprimento das leis ambientais. |
36 | Engajar-se em organizações que ajudem a floresta. |
37 | Estudar sobre a região para entender os seus problemas. |
38 | Denunciar o tráfico de animais. |
39 | Denunciar a venda ilegal de madeira ou outros produtos florestais amazônicos em sua região. |
40 | Mary Allegretti destaca ainda a importância de, se possível, visitar a Amazônia para conhecer a realidade local e projetos comunitários de desenvolvimento. |
Ações de moradores locais | |
41 | Conscientizar-se do patrimônio natural que têm em mãos. |
42 | Denunciar irrregularidades ambientais às autoridades. |
43 | Organizar-se para criar alternativas ao desmatamento. |
44 | Cobrar o governo para que ele ajude a viabilizar a criação de alternativas. |
45 | Em vez de ver a preocupação externa com a Amazônia com maus olhos, enxergá-la como uma oportunidade de conseguir ajuda para a conservação. |
46 | Eleger governantes locais compromissados com a proteção da floresta. |
47 | Os moradores da Amazônia precisam “participar dos fóruns de discussão sobre o desenvolvimento da região e das associações locais”. |
48 | Valorizar e divulgar localmente as iniciativas econômicas sustentáveis. |
49 | Segundo Mary Allegretti, os moradores locais devem cobrar políticas de desenvolvimento sustentável do governo, como a criação de fontes permanentes de apoio financeiro a projetos locais |
50 | “Os moradores precisam denunciar todas as queimadas e cobrar as autoridades pelas ações pertinentes”, diz Alberto Setzer, do Inpe. |
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